sexta-feira, 21 de maio de 2010

Reflexão pré-eleitoral, Astor Warchow

A proximidade das eleições nos obriga ao aprofundamento de algumas reflexões sobre a atualidade política e sobre os partidos.

Não é o cardápio favorito da maioria das pessoas. Sabemos, é um prato indigesto, haja vista a impressionante sucessão histórica de maus exemplos. Que dirá os mais recentes!

Mas ainda que indigesto, é um prato inevitável e necessário ao bom desenvolvimento da nação.

Algumas reflexões e constatações são inevitáveis e recorrentes. Primeira e lastimavelmente, o processo eleitoral tem se constituído apenas num processo de escolha!

Escolhido e eleito o mais votado(s), encerra-se todo o debate, perversamente. Aqueles que se digladiaram, acusaram, confrontaram, com verdades e mentiras, com artimanhas ou não, entram em processo de acordo. E o ideal democrático resta manipulado.

Quase que imediatamente, o vencedor utiliza todos os meios necessários e disponíveis para a retenção e concentração do poder. Dissimuladamente, mas não menos antidemocrático.

Daí para o discurso e a prática personalista é um passinho. Nesse momento, oposição já não há, eis que negociado seu silêncio. Passo seguinte é a disseminação do culto à personalidade do novo governante.

Objetiva e deseducadamente, o culto à personalidade contribui para o esvaziamento das formas de representação e ação política da sociedade, alcançando e desmoralizando, inclusive, instituições com previsão constitucional. Ou seja, ainda que dissimulado, e por vezes até sofisticado, não deixa de ter (e ser) viés autoritário.

Dito de um modo mais simples, o governante, repito, eleito legalmente, mas agora se comportando como que candidato a rei, ou já o próprio rei, e usando a legalidade como cetro e coroa, usa e abusa do poder, pinta e borda, ignorando a legitimidade alheia.

E, assim, oposição – legal, constitucional, sistemática, prática e objetiva – já não havendo; amigos sinceros capazes de puxar o manto do “se flagra” cada mais distantes ou comprometidos; e autocrítica muito menos, por incapacidade ou soberba, resta agora que o governante acredita absolutamente que “tudo” depende dele. “O Estado sou eu”, diz, orgulhoso e em alta voz, postado diante do espelho do palácio.

Para quem chega hoje, depois de tempos fora da aldeia, pode parecer que é verdadeiro, que é comprometido, que é legítimo. Mas, passadas algumas horas, todas as certezas decantadas e autoafirmadas vão-se como fumaça ao vento.

Apenas o ensimesmado, solitário e errante governante não acorda de seu delírio megalomaníaco. O mesmo não se pode dizer da “trupe” que o cerca, que por oportunismo e conveniência finge não ver a nudez do rei!

E então, de volta às ruas, e observando um movimento que conta de eleições vindouras, perguntas martelam meus pensamentos.

Por que mesmo votamos, e votamos de novo, se nos ignoram, se nos tratam como idiotas, se desdenham nossas pretensões de igualdade e justiça?

Por que votamos se fingem que nos ouvem, e se de fato depois nos submetem aos rigores do poder (e nós nem objetamos!)?

Por que votamos se a República é de faz de conta e se o de fato é como se fosse uma monarquia, com um rei e sua corte?

Por que votamos se não somos os protagonistas da República, e se de fato somos apenas espectadores de um espetáculo deprimente e lamentável e cujo custo surpreendentemente continuamos a pagar?

Se conseguirmos responder sabiamente algumas dessas perguntas, ainda que sozinhos e na “boca da urna”, talvez possamos recuperar a esperança e reconstituir a dignidade da política e a razão de ser das eleições.


Comentários:

Artur Warchow desenvolveu o seu texto em torno dos problemas que envolvem tanto o processo eleitoral como às conseqüências que ele traz para a sociedade. Pois acabada às eleições, segundo ele, os cidadãos que foram responsáveis pela candidatura de tal político acabam virando apenas coadjuvantes no processo de administração da República.

Os políticos deveriam apenas desempenhar o papel de nossos representantes, mas ganham enormes poderes, poderes que lhe conferem o direito de tomar decisões que deviam ser nossas, deviam ser da população. Afinal de conta somos uma República, não somos?

E o maior problema de todos, é que nós nos submetemos a isso sem ao menos questionar. Muitas vezes parece que a importância das eleições está apenas na escolha do voto, acabado esse compromisso está tudo solucionado. Mas é preciso que nossa participação não se retenha a isso, precisamos que ocorra essa seja mais ativa e ajude no desenvolvimento de uma nação mais justa.


Link:

Em quem vou votar pra presidente, por David Coimbra

O Jesus Cristo ideal é o filósofo, não o Cristo.

A psicanálise verdadeiramente revolucionária de Freud é a do pensamento, não a terapêutica.

O budismo de Buda não é religião. Nem crença. Nem seita. É filosofia, e filosofia ateia.


Os homens se apropriam das grandes ideias e as deformam de acordo com seus interesses. Jesus, Freud e Buda estremeceriam ante o uso que se faz do cristianismo, da psicanálise e do budismo.

O centro ideológico da filosofia de Jesus foi expresso no Sermão da Montanha. É um manifesto genial e, depois de 21 séculos, ainda avançado. Num trecho essencial, Jesus diz que as pessoas julgam os outros com sua própria medida. E adverte:

– Com a medida que julgares, serás julgado.

Não se trata de maldição, nem de previsão mística: é conclusão lógica. Ninguém é totalmente bom ou totalmente ruim. Você pode ver coisas boas ou más em cada pessoa, depende de você. Se dentro de você reside a maldade, você verá maldade em tudo que olhar. Você interpreta o mundo e as outras pessoas de acordo com seus próprios parâmetros.

Assim, numa cultura em que o dinheiro é o principal valor, como a brasileira, as pessoas sempre raciocinam a partir do seguinte questionamento:

“O que ele quer ganhar com isso?”

Os outros nunca fazem nada por acreditar no que estão dizendo. Os outros sempre têm interesses escusos. Interesses, evidentemente, monetários.

O candidato a qualquer cargo público, no Brasil, vive sob essa desconfiança permanente.

O brasileiro supõe, a priori, que o candidato faz promessas para se eleger, a fim de, eleito, se locupletar. É uma visão ao mesmo tempo maliciosa e pueril. Porque a maioria dos homens públicos é homem público por outras razões, que transitam à margem do acúmulo rasteiro do vil metal.

Às vezes o é pelo poder, às vezes pelo prestígio. E às vezes por achar que ele pode, de fato, fazer algo pelas outras pessoas. Ou seja: às vezes o candidato está bem-intencionado.

É o caso dos três principais candidatos à Presidência da República, Dilma, Serra e Marina. Tive a oportunidade de conhecê-los mais de perto ao entrevistá-los nas edições do Painel RBS. São pessoas honradas, que querem fazer o bem, cada qual com suas características.

Serra é um gerente paulista com a eficiência e a competência típicas de um gerente paulista, mas também com o cartesianismo arraigado de todo gerente paulista. Dilma é uma desenvolvimentista aparafusada na realidade brasileira, uma estudiosa que sabe o que quer, uma especialista em governo que tem o governo todo dentro da cabeça. Marina é uma pessoa sensível e corajosa, com uma ideia de mundo menos materialista e mais humana do que os outros dois, uma mulher que tem no olhar uma sombra de tristeza inerente da condição feminina e uma luz de sabedoria inerente da condição de mãe.

O Brasil estará razoavelmente bem servido com qualquer dos três candidatos que escolher.

Eu já escolhi o meu.


Comentários:


David Coimbra inicia o seu texto com uma pequena reflexão sobre antigas filosofias e destaca o pensamento:

– "Com a medida que julgares, serás julgado".

Após isso ele faz uma adaptação ao atual modelo de vida da sociedade em que o dinheiro está sempre em primeiro plano. E chega à pergunta:

-“O que ele quer ganhar com isso?”

Aí está escancarado o problema pelo qual passamos ao tentarmos escolher o nosso candidato para as eleições, pois partimos do pressuposto que precisamos de alguma razão para tomar qualquer atitude.

O homem mantém uma permanente desconfiança em relação aos políticos, presumindo que todas as promessas deles são feitas apenas para que se atinja a conquista do mandato e nada mais.

David Coimbra sugere que é possível que o político esteja bem-intencionado e que é necessário que "deixemos de lado" esse preconceito formado pela sociedade e passemos a olhá-los com "melhores olhos".

As eleições estão chegando e os candidatos que se destacam para a conquista da presidência são Dilma, Serra e Marina; que apesar de terem filosofias muito diferentes sobre como o Brasil deve traçar o seu caminho para atingir o desenvolvimento, são pessoas honradas e com totais condições de administrar o nosso país.



Link:

http://wp.clicrbs.com.br/davidcoimbra/2010/05/21/em-quem-vou-votar-para-presidente/?topo=2,1,1,,,2

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Hora do vídeo




Este vídeo tem uma forte crítica ao o que realmente é cidadania.
A música da banda Legião Urbana expressa de forma irônica problemas que nos impedem de ser mais cidadãos, expondo no decorrer do vídeo fotos que mostram com maior clareza nossos problemas, futilidades, ganância, preconceito, entre outros.
Eles fazem também algumas retrospectivas há alguns dos principais fatos da história, mostrando imagens de Hitler, da segunda Guerra mundial, de alguns revolucionários e de vários acontecimentos catastróficos.
No fim da música fica claro uma idéia de esperança, dizendo que o amor ainda pode mudar muita coisa no mundo. Temos também uma breve explicação de cidadania, onde vemos vários valores embutidos nesta palavra.

Obs.: O material foi realizado por alunas do segundo grau do ensino médio na matéria de sociologia.

Introdução:


A cidadania é o conjunto de direitos garantido a cada pessoa que constitui um determinado grupo social, lhe permitindo participar de forma ativa nas decisões referentes à organização do governo e do cotidiano do cidadão.
Tendo esta ideia em mente o blog foi criado com o intuíto de trazer informações sobre a dinamica social de diversos grupos, e as transições pelas quais elas passaram até chegarmos aos dias de hoje.
Procuraremos esclarecer a construção (origens) e significado da palavra “cidadania” para mostrar neste como pode ser empregada no nosso dia-a-dia. Envolverá também nosso conhecimento histórico, contendo idéias iluministas para todos estes conceitos de ser cidadão que possuimos e devemos praticar, já que ao analisar históricamente observamos que houve muita luta para uma sociedade com os mesmo direitos e que o o estado existe para proteger e garantir os direitos da população.